Paula Mastroberti

Bem-vindos a Peter Pan e Wendy: projeto. Ele está sendo desenvolvido a partir da minha tese de doutorado defendida na Faculdade de Letras na PUCRS, que basicamente estudou a obra Peter Pan e Wendy, de James Matthew Barrie, suas traduções gráficas e sua receptividade no Brasil. Entre outros objetivos, pretendo apresentar, como produto final, uma versão ilustrada desse texto literário que completou 100 anos em junho de 2011. Este blog foi criado para compartilhar os conceitos, os traços e o processo que envolve a produção dessas ilustrações e da sua versão em quadrinhos.
(Clique sobre as figuras para ampliá-las.)

domingo, 10 de setembro de 2017

Tudo... de novo. Nova história, novo conceito.

Enquanto houver crianças e adultos batendo palmas e acreditando em fadas, enquanto restar no mundo alguma inocência, pensamentos felizes e corações abertos ao menino que Barrie criou e que jamais conseguirá crescer...

Eu não desistirei. Vejam o novo blog Peter Pan: uma história de meninas. É só clicar no violão ou no texto abaixo:
 Peter Pan: uma história de meninas



domingo, 12 de outubro de 2014

Notícias (boas? ruins?)



Deixei meus seguidores entusiasmados com o projeto e acho que devo alguma satisfação sobre o que está acontecendo com ele.
Bom. Editoras desistem, parceiros desistem. Eu não.
Prossigo trabalhando em Pan sozinha porque (escolha a alternativa que lhe parecer mais correta):
a) sou teimosa
b) sou doida
c) sou obcecada
d) sou apaixonada
e)........................... (acrescente o que quiser)

Não tenho tempo sobrando. Mas Peter não sai da cabeça, não adianta. Bem coisa dele, mesmo. Depois de anos acreditando que Peter Pan existe, começo a imaginar que ele virá me assombrar qualquer hora dessas pela janela do meu quarto...

Agora, a abordagem mudou. Feliz ou infelizmente, não tomará mais o formato de uma história em quadrinhos. Infelizmente, porque seria maravilhoso continuar com essa ideia, contando com uma equipe; felizmente, porque agora, assumindo sozinha, faço com Peter o que quero, e produzir os quadrinhos não era minha ideia inicial. Sempre estive consciente do enorme trabalho que ele daria (os que me conhecem pessoalmente, sabem que eu cansei de apontá-lo, devido a experiência com Adormecida: cem anos para sempre. Se este conto gráfico de em torno de 35 páginas levou 2 anos para ser produzida, imagine uma história de mais de 200!).

Continuarei dentro da proposta de uma narrativa gráfica. O que significa dizer o seguinte: não será mais quadrinhos mas também não será propriamente um livro ilustrado, com um texto de Barrie traduzido ou recriado (sinceramente, não tenho vontade nenhuma fazer com Peter Pan e Wendy o que já fiz com tantos contos de fadas e literatura canônica (Se quiserem saber mais sobre isso, vejam em Moskheroica e em Moscafadas). O texto de Barrie será atravessado por um outro tipo de leitura, resultando num outro formato.

Enfim: eu nunca paro de pensar neste projeto. E ele será concluído e publicado, de um modo ou de outro. Aguardem.

obs.: uma vez que as artes criadas para os quadrinhos estão isentas de qualquer compromisso e liberadas de contrato, vou divulgá-las aos poucos aqui neste blog. Eu já havia concluído os quadros até o final do capítulo 3, ou seja, até o momento em que Peter Pan leva as crianças Darling consigo para Neverland. Cerca de 65 páginas.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Mensagem aos seguidores deste blog

Caros e caras, fãs do universo Peter Pan e amigos nossos.

Devido ao demorado cuidado com que estamos elaborando a versão em quadrinhos da obra Peter Pan e Wendy, e o tempo que ela tem exigido para execução caprichada do roteiro e artes, acabamos perdendo a editora que apoiava o projeto. A editora tem, é claro, suas justas razões, afinal, tempo é dinheiro. E nós temos as nossas: produzir quadrinhos no Brasil é caro e não nos sustenta. O trabalho continua, mas ele vai demorar mais do que o esperado. Será preciso uma boa dose de paciência, não só por parte de vocês, mas de nossa parte também. Obrigado por curtirem e acompanharem esse blog.

domingo, 7 de julho de 2013

Caderno III - Peter Pan em quadrinhos: processos (5)

Um pouco do meu espaço de trabalho:


Como vcs podem ver, eu tenho lá meus fetiches... A "Torre de Londres"é uma caixa para meus lápis-de-cor. A latinha onde coloco algumas canetas é antiguíssima, da Nescau, década de 60 e, não, não comprei em brechó, está comigo desde a infância.

Os bonequinhos, bem, esses eu comprei há pouco tempo, hehe. Tudo isso me motiva a trabalhar. 

É na mesa de luz (é uma mesa eletrônica, portátil, tipo um tablet) que que eu passo os rafs digitalizados (à esquerda, na primeira foto) para a folha de papel onde eu finalizarei as páginas dos quadrinhos. Pra quem não sabe como eu trabalho com meus esboços e rascunhos, é só dar uma olhada na postagem anterior.

terça-feira, 19 de março de 2013

Caderno III - Peter Pan em quadrinhos: processos (4)

Segue uma sequência antológica, deliciosa de se produzir em quadrinhos. O embate entre Peter Pan e sua sombra. Michael, John e Wendy dormem, Peter Pan entra pela janela com Tinker Bell, atrás da sombra perdida.
Não esqueçam que, por trás dos meus traços, existe todo um plano de ação estabelecido pelo roteirista, o Maumau (Maurício Rodrigues). Segue um aperitivo.

 A partir do roteiro do Maumau, eu esbocei os quadros em páginas separadas, no meu caderno de produção. Depois, digitalizei os esboços e montei os blocos já prevendo a composição e quadrinhos:





Finalizadas, as mesmas páginas ficaram assim:






As marcações em vermelho e amarelo pertencem a Tinker Bell. Meu trabalho pára aqui, porque o resto ficará por conta da Cris Peter, que vai aplicar as cores.



sábado, 27 de outubro de 2012

Notícias da Terra do Nunca



Meus seguidores aqui do blog e de fora dele têm me perguntado sobre como anda este projeto. Ele continua, ué. Pensa que é mole produzir duzentas páginas em quadrinhos? Quem me acompanha desde o início (Caderno de Desenho n. 1) sabe do trabalho (leituras, esboços, estudos e, sobretudo, desenho, desenho, desenho) envolvido.
Eu, por mim, produziria lentamente, saboreando cada página, cada quadro. Contudo, as engrenagens que movimentam o mercado editorial exigem que a gente acelere. Assim - ô gente apressada e curiosa! - noticio a vocês que a previsão para o lançamento da versão em quadrinhos de Peter Pan e Wendy é em 2013.
Para cumprir essa meta, convidei uma outra artista pra trabalhar comigo, além do roteirista Maurício Rodrigues (o Maumau) que já está integrando o projeto desde o acerto com a Editora 8Inverso.
De agora em diante, Cristiane Duarte Peter (Cris Peter) estará se responsabilizando pelas cores, enquanto eu ficarei com a parte da concepção, desenhos e traços finais.
Não estranhem: uma das coisas legais da produção em quadrinhos é essa semelhança com o cinema, sabem? Poder trabalhar em equipe.
Seis mãos darão conta de Peter Pan? Ufa, eu espero que sim.

domingo, 17 de junho de 2012

Caderno III - Peter pan em quadrinhos: processos (3)

O processo que prefiro para colorir em meio digital é o sistema de camadas, em RGB (sistema de cores aditivas, ou seja, cores produzidas por emissão de luz e não por pigmento, como as das tintas). Para quem não conhece, é possível criar uma arte no Photoshop como se ela fosse dividida em inúmeras folhas de papel transparentes superpostas. Cada "folha"transparente dessas contém uma parte da tintura ou de cor, sem interferir nas demais. Para quem pinta, vai ficar mais fácil de entender se eu disser que se assemelha ao processo de pintar por velaturas. Assim, as páginas em HQ de PAN não são artes "inteiras", mas um conjunto de desenhos e aplicações de tinta complexo à primeira vista, mas que tem por finalidade facilitar a correção de erros, a aplicação de efeitos e compor os blocos (o conjunto de quadrinhos) com maior facilidade e segurança, sem risco de perda dos originais. Vejam só:



Eu comecei esta página com dois desenhos, aqui já finalizados à nanquim (em papel de verdade, tá gente?)
Em seguida, esses dois desenhos finalizados e seus arquivos são reunidos e combinados em um novo arquivo, numa única "folha"ou camada, no photoshop. Vejam como fica no programa: em cima, no painel, vcs vêem a repetição da arte, mostrando o modo como ela está sendo vista à esquerda. Embaixo, dá pra ver as várias camadas (layers) da qual esta arte é feita. Essas layers poderiam ser renomeadas, mas  aqui as deixei apenas com seu número, por pura preguiça, mesmo. Os olhinhos abertos indicam quais camadas estão visíveis nesse momento, ou seja, aqui, vcs podem ver apenas o contorno em preto:


Na sequência abaixo, vcs já podem ter uma ideia de uma das áreas já coloridas, visíveis (observem que apareceu uns olhinhos a mais na lista de camadas do Photoshop. Costumo criar um grupo de camadas para cada personagem e, muitas vezes, para certas partes da cena ou efeitos de luz. Faço isso para poder corrigir alguma coisa ou voltar atrás em alguma ideia sem estragar o resto. 





Olhem só! Na figura acima, só aparecem as camadas de cor: as dos contornos deixei escondidas (os olhinhos se apagaram). Sempre separo o contorno das cores numa camada exclusiva, para preservar a linha preta deles em seu grau máximo e evitar qualquer acidente, tipo, ela se apagar sem querer no processo de colorização ou se alterar em virtude da aplicação de um efeito qualquer (eu uso muito processos de texturização, desfocagem, ruídos, alterações diversas que podem arruinar o contorno original).

Por fim, segue a arte pronta! Notem que o contorno das cortinas, originalmente preto, foi alterado para azul. A camada da Sra Darling está por cima da camada da moldura. Essa arte, eu a salvo como está, em extensão do photoshop (psd). Depois, crio uma outra versão em tiff, fechada, quer dizer, as camadas coladas, para enviar para impressão. E será somente lá que aí que ela será versada para CMYK, ou seja,  para uma grade de cores em canais que serão lidos pela impressora da gráfica e transformados em cores-tinta. Esse é o meu método, mas há outros, é claro. Este me parece adequado porque me permite a justaposicão mais orgânica de de cores e uma maior integração entre elas e o contorno preto, ao mesmo tempo em que me permite modificar a composição das partes e os efeitos criados com maior liberdade.


Há quem pense que se a arte for criada para ser impressa, ela deve ser criada em padrão de cores CMYK, para impressão. Minha experiência me diz o contrário. Eu trabalho com RGB porque não estou pintando em tinta sobre papel, mas com cores-luz sobre a tela eletrônica, e só o produto final é que será vertido para mídia matérica. É claro que é necessário um bom conhecimento de teoria da cor (conhecer sobretudo como funcionam as cores físicas e sua equivalência em cor química) e um programa que faça uma conversão eficiente de cores para impressão, como o Photoshop. Eu trabalho com sistema de percentagens, valores de frequência e numeração de tabelas: NUNCA me baseio pelo que estou enxergando na tela (embora hoje em dia a equivalência entre cor-digital e cor-tinta seja ótima!). Também costumo manter meu monitor calibrado. Tendo esses cuidados, não dá erro, eu garanto.